quinta-feira, 1 de maio de 2008

Paraolímpiadas

As paraolímpiadas realizadas até hoje foram as seguintes:

  • Paraolimpíada de Roma- 1960
  • Paraolimpíada de Tóquio- 1964
  • Paraolimpíada de Tel Avive- 1968
  • Paraolimpíada de Heidelberg- 1972
  • Paraolimpíada de Toronto- 1976
  • Paraolimpíada de Arhem- 1980
  • Paraolimpíada de Nova Iorque- 1984
  • Paraolimpíada de Seul- 1988
  • Paraolimpíada de Barcelona- 1992
  • Paraolimpíada de Atlanta- 1996
  • Paraolimpíada de Sydney- 2000
  • Paraolimpíada de Atenas- 2004
  • Paraolimpíada de Beijing- 2008

Modalidades - A

Arco e Flecha


Incluído pela primeira vez nas Paraolímpiadas em Roma em 1960, esta modalidade destina-se a deficientes motores, com paralisia cerebral, amputados. As competições são individuais ou por equipa. O objectivo é atirar flechas a um alvo de 122 cm de diâmetro, localizado a 70 metros de distância.




Atletismo


Participam atletas com deficiência física e visual, em provas masculinas e femininas. As provas têm especificidades de acordo com a deficiência dos competidores dividem-se em corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas provas de pista (corridas), dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia (que corre com o atleta ligado por uma corda). Ele tem a função de direccionar o atleta na pista, mas não deve puxá-lo, sob pena de desclassificação. As competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas modificações que possibilitam ao atleta competir (uso de próteses, cadeira de rodas ou ser acompanhado por um guia), no entanto sem lhes dar vantagem em relação aos seus adversários.Existe uma categorização que o atleta recebe em função do seu volume de acção, ou seja, a capacidade de realizar movimentos, colocando em evidência as potencialidades dos resíduos musculares, de sequelas de algum tipo de deficiência, bem como os músculos que não foram lesados. Essa avaliação é feita através de teste de força muscular, teste de coordenação e teste funcional. Os classificadores analisam o desempenho do atleta considerando os resultados obtidos nos testes.
Para provas de campo – arremesso, lançamentos e saltos:
F – Field (campo)
F11 a F13 – deficientes visuais
F20 – deficientes mentais
F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34-em cadeira de rodas e 35 a 38-ambulantes)
F40 - anões
F41 a F46 – amputados
F51 a F58 – Competem em cadeiras (sequelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)


Para provas de pista – corridas de velocidade e fundo:
T – track (pista)
T11 a T13 – deficientes visuais
T20 – deficientes mentais:
T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34-em cadeira de rodas e 35 a 38-ambulantes)


T41 a T46 – amputados :
T51 a T54 – Competem em cadeiras (sequelas de Poliomielite, lesões medulares e amputações)


OBS: As classificações são as mesmas para ambos os sexos. Entretanto, os pesos dos implementos utilizados no arremesso de peso e nos dois tipos de lançamento (dardo e disco) são de acordo com a classe de cada atleta.

B




Basquetebol em cadeiras de rodas





Uma das modalidades mais conhecidas no mundo, o basquetebol em cadeira de rodas, é praticado por atletas de ambos os sexos, desde que possuam alguma deficiência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquetebol em Cadeira de Rodas (IWBF). A principal diferença entre este, o basquetebol em cadeira de rodas e o basquetebol convencional, está na composição das equipas. As cadeiras de rodas são especiais com adaptações e medidas que seguem determinados padrões que são previstos nas regras. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve driblar, passar ou encestar a bola. As dimensões da quadra e altura do cesto são as mesmas que o basquetebol olímpico.Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objectivo de facilitar a classificação e participação daqueles atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta, os chamados casos limítrofes, foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5; 2,5; 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de quanto maior a deficiência, menor a classe.







Biatlo

O Biatlo foi introduzido em Innsbruck em 1988 para atletas com deficiências físicas. Em 1992, atletas com deficiências visuais foram também possibilitados a competir neste desporto. O Biatlo consiste num percurso de 7,5 Km dividido em etapas de 2,5 Km cada uma. Entre cada etapa os atletas têm de atirar sobre alvos colocados a uma distância de 10 metros. Cada falha equivale a uma penalização no tempo final. O factor mais importante para atletas que pratiquem este desporto é a capacidade de conjugar a resistência física e a pontaria durante a competição. Os atletas com dificuldades visuais são assistidos por sinais acústicos que dependendo da sua intensidade indicam se o atleta está na posição certa. O desporto é governado pelo IPC em colaboração com o Comité Técnico de Esqui Nórdico seguindo as regras modificadas da IBU – União Internacional de Biatlo.



Bocha

Paralisados cerebrais e pessoas com outros tipos de deficiência competem na bocha paraolímpica, desde que utilizem cadeira de rodas. O objectivo principal do jogo é lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma bola branca chamada de “jack”. Para o fazer é permitido o uso das mãos, dos pés ou de instrumentos de auxílio para quem tem um grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. Há três maneiras de se praticar o desporto. Na individual, dois atletas enfrentam-se. Os confrontos também podem ser entre duas duplas ou trios.Antes da partida começar, o árbitro lança uma moeda ao ar (cara ou coroa). Quem ganha, tem direito a escolher se quer competir com as bolas de couro vermelhas ou azuis. O lado que escolher as vermelhas inicia a disputa, jogando primeiro o “jack” e depois uma destas esferas. Em seguida, uma bola azul entra em acção. A partir de então, os adversários revezam se a cada lance para ver quem consegue posicionar as bolas o mais perto possível do “jack”. As partidas ocorrem em campos cobertos, planos e com demarcações no piso. A área do jogo mede 6m de largura por 12,5m de comprimento. Para pontuar, o atleta tem de jogar a bola o mais próximo do “jack”. Quem o consegue fazer ganha um ponto. Caso este mesmo competidor tenha colocado outras esferas mais próximas do alvo, cada uma delas também vale um ponto. Se duas bolas de cores diferentes ficam à mesma distância da esfera branca, os dois lados recebem um ponto. Vence quem acumula a maior pontuação.As partidas são divididas em partes, chamadas de “ends”, que só terminam após todas as esferas serem lançadas. Um limite de tempo é estabelecido por “end”, de acordo com o tipo de disputa. A contagem vai desde o momento que o árbitro indica quem fará o lance até quando a bola pára. Nas competições individuais, há quatro “ends” e ambos atletas jogam seis esferas em cada um deles. Nas duplas, os confrontos têm quatro partes e cada atleta tem direito a três bolas por período. Quando a disputa é por trios, nada menos que seis “ends” compõem as partidas. Neste caso, todos os competidores têm direito a duas esferas por parte do jogo.



C

Ciclismo



No Ciclismo, o programa paraolímpico inclui dois tipos de provas: estrada e pista (velódromo), com competições de perseguição, em linha e de contra-relógio. Nesta modalidade podem participar atletas masculinos e femininos portadores de deficiência visual e/ou motora. Nas provas para atletas deficientes visuais, é utilizada uma bicicleta de “tandem”, isto é, uma bicicleta que possui 2 lugares, sendo, o atleta que ocupa a posição da frente, um atleta-guia.Para os atletas possuidores de paralisia cerebral, em que a funcionalidade dos membros inferiores é mais reduzida, utilizam na competição de estrada o triciclo.Paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares (paraplégicos) são aceites neste tipo de competições, podendo ser nas categorias masculina e feminina. O ciclismo paraolímpico pode ser praticado individualmente ou em equipa. As regras são iguais ao do ciclismo convencional, apenas possuem pequenas alterações relativas à segurança e à classificação dos atletas. Estas alterações foram realizadas pelo Federação de Ciclismo Paraolímpico Internacional. As bicicletas podem ser de modelos convencionais ou triciclos, como já foi referido, para paralisados cerebrais, segundo o grau de lesão. O ciclista cego compete em bicicleta dupla (“tandem”) com um guia que pedala no banco da frente. Ambos podem ser do mesmo sexo ou não. Para os atletas dependentes da cadeira de rodas, a bicicleta é pedalada com as mãos: é o handcycling. Independentemente da deficiência, os atletas competem no velódromo e na estrada.No velódromo, as bicicletas não têm marchas e percorrem uma pista oval que varia entre 250 e 325m de extensão. Diversas são as distâncias percorridas e os tipos de prova, sendo a velocidade uma constante fundamental. Na estrada, os ciclistas de cada categoria largam ao mesmo tempo. As competições são as mais longas da modalidade, com até 120km de percurso. Além da velocidade, é fundamental ter uma grande preparação física. As disputas de contra-relógio e de linha são semelhantes, exigem portanto, mais rapidez do que resistência. No contra-relógio cada atleta larga de um em um minuto, e pedala contra o tempo. Com isso, a posição dos ciclistas na pista não diz, necessariamente, a colocação real em que se encontram.As provas de perseguição são competições que se realizam na pista com duas equipas, em que cada equipa está num dos lados da pista. O objectivo é tentar “apanhar” a equipa adversária.O ciclismo é uma modalidade do Programa Paraolímpico desde Jogos de Nova Iorque em 1984.







Curling



Curling em cadeira de rodas é um jogo simples. Faz-se correr as “pedras” de granito pela pista de gelo para um alvo circular demarcado no chão, e espera que eles acabam por aproximar-se mais do centro do que as lançadas por seu adversário.
As pedras pesam quase 20 Kg e o alvo está a 40 metros de distância, o alvo é de 12 metros de largura. Todas as pessoas que possuam deficiência podem praticar este desporto, basta que seja numa cadeira de rodas.Idade não é barreira, e equipas em eventos nacionais e internacionais jogados sob as regras da Federação Mundial de Curling, são misturados os géneros (homens e mulheres). Tudo o que é preciso trazer para o jogo é o grau de coordenação para fazer deslizar as “pedras” sob a pista de gelo com rigor para que fiquem o mais próximo possível do alvo ou para que afastem as “pedras” do adversário, e uma tolerância de frio.

D

Dança


A dança em cadeira de rodas teve suas raízes na Dança moderna, terapêutica de salão. A principal contribuição da dança moderna para o desenvolvimento da dança em cadeira de rodas foi sua proposta de inovação e descoberta do movimento corporal como meio de expressão, despertando, assim, um interesse maior pela atuação do corpo humano em movimento, encorajando os dançarinos a desenvolverem estilos coreográficos pessoais.Com a exploração das possibilidades de movimentos corporais, não buscando mais apresentar corpos perfeitos, unificados pela forma, nem delineados por imperativos estéticos, permitindo assim a possibilidade das pessoas com deficiência a praticarem esta modalidade.

E

Esgrima


Este desporto requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência locomotora. O Comité Executivo de Esgrima do Comité Paraolímpico Internacional administra a modalidade, que segue as regras da Federação Internacional de Esgrima -FIE.As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura. A diferença para a esgrima olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgrimistas se mexa, o combate é interrompido. Os equipamentos obrigatórios da modalidade são: máscara, jaqueta e luvas protectoras. Nos duelos de florete, a arma mais leve, há uma protecção para as rodas da cadeira. Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira.Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação adoptada nos duelos de sabre. E com este tipo de arma o esgrimista pode atingir seu rival tanto com a ponta quanto com a lâmina do sabre.Uma das maiores peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma na qual são computados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o atleta foi tocado ou não. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem acompanhar o placar do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma das luzes – vermelha ou verde – que representa os atletas acende se. Quando ocorre um toque não válido, acende-se uma luz branca.Nos torneios individuais, na primeira ronda, os confrontos duram no máximo quatro minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. Nas etapas seguintes, há três tempos de três minutos cada, com intervalos de um minuto entre eles. Quem ganha é o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior pontuação ao final do combate. Caso haja empate, há prorrogações de um minuto até que um dos atletas atinja o outro, numa espécie de “morte - súbita”.Quando as disputas são por equipa, vence a equipa que marcar 45 pontos ao final dos combates. As equipes devem ter três competidores, sendo obrigatória a presença de um atleta da classe B. Em caso de igualdade no placar, valem os mesmos critérios de desempate dos duelos individuais para se apontar um vencedor.As regras têm se desenvolvido de acordo com os avanços em técnicas de fixação das cadeiras no chão.


Esqui Alpino


Esqui Alpino ou slalom é feito com muita velocidade por uma montanha abaixo. Os atletas que praticam este desporto apresentam performances semelhantes ao dos atletas normais. Alguns competem com um único esqui, outros usam próteses ou equipamentos de adaptação, alguns até usam cadeiras adaptadas ao esqui. Os deficientes visuais são monitorados ou acompanhados.



Esqui Nórdico


Esqui Nórdico ou Cross Country é semelhante ao Esqui Alpino, a única diferença é que as disputas do primeiro ocorrem em distâncias sobre o gelo de 2,5 a 20 km. Estas competições são feitas individualmente ou em equipas, por atletas com incapacidade nos membros inferiores ou ausência de visão.


F

Futebol de 5


Modalidade exclusiva para atletas cegos ou deficientes visuais. Normalmente joga-se num campo de futsal adaptado, mas desde os Jogos Paraolímpicos de Atenas, a modalidade também vem sendo praticada em campos de grama sintética. Somente o guarda-redes tem visão total e não pode ter actuado em competições oficiais da FIFA nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia excessivamente do campo. Cada equipa é formada por cinco jogadores – um guarda-redes e quatro jogadores de linha e as partidas devem acontecer em locais em que não haja eco. A bola tem guizos internos para que os atletas a localizem. Por isso, o público deve permanecer em silêncio durante o jogo e só podem manifestar-se no momento do golo. Eles jogam com uma venda nos olhos e tocar na venda é falta. Depois de cinco infracções, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o “chamador”, que fica atrás da baliza, para orientar os jogadores, dizendo onde devem posicionar-se em campo e para onde devem rematar. As partidas são jogadas em dois tempos de 25 minutos, com um intervalo de 10.


Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego).
B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direcção.
B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5 graus.
B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 graus e menos de 20 graus.


Futebol de 7


Praticado somente por atletas homens com paralisia cerebral, com sequelas de traumatismos crânio-encefálicos ou acidentes vasculares cerebrais. Segue as regras da FIFA, com adaptações feitas sob a responsabilidade da Associação Internacional de Desporto e Recreação para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m e a marca do penalti fica a 9,20m do centro da linha de golo. Cada equipa tem sete jogadores em campo e cinco suplentes. A partida dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com intervalo de 15. Não há regra de impedimento e a cobrança da lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. Todos os jogadores pertencem às classes menos afectadas pela paralisia cerebral, ou seja, são todos andantes.


Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento de cada um. Novamente, vale a regra de quanto maior a classe, menor o comprometimento físico do atleta. Durante a partida, cada equipa deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em muitos casos, não conseguem correr. Assim, para esses atletas, a posição mais comum é a de guarda-redes. Vale a pena lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade intelectual não é comprometida.