O desporto tem comprovado importância na qualidade de vida de qualquer pessoa e, sem dúvida, é muito mais importante ainda para as pessoas com deficiência. Ao fazermos essa afirmação estamos-nos a basear não apenas no que a actividade desportiva pode contribuir para o desenvolvimento físico de todas as pessoas, mas principalmente na sua possibilidade como poderosa ferramenta de ajuda na reabilitação e inclusão das pessoas com deficiências junto à sociedade. Assim, o desporto é propício à sua independência.
O desporto para pessoas com deficiência existe há mais de 100 anos. Nos séculos XVIII e XIX a contribuição das actividades desportivas foi maior no sentido da reeducação e da reabilitação das pessoas com deficiência.
Em 1944, ainda durante a 2ª Guerra Mundial, o governo britânico contratou, entre outros, o neurocirurgião alemão, Dr. Ludwig Guttmann, para começar um trabalho de reabilitação para lesionados medulares dando origem ao Centro Nacional de Lesionados Medulares de Stoke Mandeville na Inglaterra. Dr. Guttmann, também uma vítima da guerra que, como judeu, foi obrigado a fugir da Alemanha nazista, marcou seu trabalho de reabilitação médica e social direcionados aos veteranos de guerra, pelo uso da prática desportiva como parte do tratamento médico.
O sucesso do trabalho motivou o Dr. Guttmann a organizar a primeira competição para atletas em cadeiras de rodas e no dia 29 de julho de 1948 – exatamente a data da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, aconteceu a competição denominada Stoke Mandeville Games. Em 1952, ex-soldados holandeses uniram se para participar dos jogos de Stoke Mandeville, e juntamente com os ingleses, fundaram a ISMGF – Federação Internacional dos Jogos de Stoke Mandeville, dando início ao movimento desportivo internacional que viria a ser base para a criação do que hoje conhecemos como desporto paraolímpico.
A décima segunda edição dos jogos aconteceu em Atenas, na Grécia, berço do movimento olímpico e Pequim, na China, está-se a preparar para receber a décima terceira edição dos jogos em 2008. Um dado importante e que demonstra a força do movimento e o seu crescimento contínuo foi o número de países e atletas presentes em Atenas: 3.806 atletas representando 136 países, número maior do que os de Munique nos Jogos Olímpicos de 1972.
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